14-8-2009 - A 14 DE AGOSTO, O LEITE VAI À PRAIA

A 14 DE AGOSTO, O LEITE VAI À PRAIA

Dia 14 de Agosto, Sexta-feira, numa iniciativa dos jovens agricultores, com o apoio de várias organizações agrícolas, a luta dos produtores de leite vai da terra ao mar. Assim, pelas 11h30, teremos uma concentração de tractores antigos nos terrenos do futuro parque da cidade da Póvoa de Varzim, junto à rotunda que liga a Avenida do Mar (a primeira vindo da A28) ao Modelo e à Clipóvoa. Depois, a partir das 14 horas, realiza-se um desfile descendo até à praia e seguindo pela marginal até ao Castelo de Vila do Conde, regressando pelo mesmo percurso.

Em tempo de férias (que os produtores de leite não podem gozar) vamos ao encontro dos veraneantes tendo como primeiro objectivo agradecer publicamente aos portugueses que ouviram o nosso apelo e estão a consumir leite e produtos lácteos de origem nacional e agradecer também aos comerciantes que vendem e promovem os nossos produtos.

Por outro lado, queremos renovar a mensagem de “comprar português, cumprir Portugal”, porque o futuro dos produtores de leite e milhares de postos de trabalho em toda a fileira dependem do consumo de leite nacional, ao passo que a importação de sobras de leite a preço de saldo serve apenas o interesse de meia dúzia de portugueses.

A concentração e desfile dos tractores antigos, sendo uma inovação em “manifestações agrícolas”, é também a forma de transmitir várias mensagens: Explicar que a nossa situação é insustentável, porque estamos a receber o pagamento do leite ao preço de há 20 anos, quando os custos de produção eram muito inferiores; Lembrar que Portugal tem a agricultura mais envelhecida da Europa e apesar disso estivemos 4 anos sem receber apoios à instalação de jovens agricultores e aqueles que apresentaram projectos estão sem resposta há um ano ou com resposta negativa, em particular no caso do leite. E mostrar que a agricultura tem uma história, tem um passado, atravessa dificuldades mas pode ter futuro porque há jovens dispostos a trabalhar no sector mas precisam da colaboração dos consumidores, do comércio e do Governo.

Lamentavelmente, do Governo só tivemos orelhas moucas e promessas vãs. Não apoiou o investimento, aceitou o fim das quotas leiteiras e o seu aumento progressivo que lhe tiram valor imediato, ignorou os primeiros sinais de crise no sector, abriu uma linha de crédito que não serve a quem mais precisa e anunciou agora uma pequena ajuda sem dizer quando nem como a vai pagar. Por isso a revolta dos agricultores é cada vez maior e a luta vai intensificar-se até que o Governo perceba a gravidade da situação.
A Direcção da AJADP