7 DE SETEMBRO - DESILUDIDOS MAS VIGILANTES

ESTAMOS DESILUDIDOS MAS SEGUIREMOS VIGILANTES
Depois de reunirmos centenas de produtores de leite na vigília de ontem à noite no Porto, junto ao Castelo do Queijo, queremos hoje manifestar a nossa desilusão quanto aos resultados do Conselho de Ministros da Agricultura em Bruxelas, uma vez que nada de concreto ficou decidido e a grave crise que o leite atravessa exige medidas urgentes.
Registamos como positiva a evolução do Ministro da Agricultura português, que finalmente assumiu as posições defendidas pelas organizações agrícolas portuguesas quanto à suspensão do aumento das quotas leiteiras e à necessidade de evoluirmos para uma regulação do mercado a nível europeu que garanta um preço justo à produção. Esperamos que essa posição não seja sol de pouca dura e que se mantenha nas próximas reuniões que deverão ser decisivas. Esperamos igualmente, em coerência com essa posição, que a nível nacional passemos da publicidade repetida de paliativos para decisões concretas e urgentes. A alteração da linha de crédito hoje anunciada é positiva mas insuficiente, tanto no prazo de empréstimo como nas condições de acesso, que não são alteradas e têm impedido a candidatura dos agricultores com mais necessidade de ajuda.
Por último, enquanto não se resolvem as coisas a nível europeu, importa reforçar a atenção no mercado interno à relação entre a Indústria e Distribuição. Anúncios de acordos simbólicos de encomendar trezentos mil litros por mês (a produção de uma vacaria com 350 vacas) para uma cadeia de supermercados, onde representa uma percentagem minúscula do consumo mensal, não nos convencem enquanto virmos as prateleiras cheias de leite polaco, francês ou espanhol. Por todo o país, os produtores de leite estão atentos, a visitar regularmente os supermercados e a aguardar que neste âmbito a situação evolua positivamente para a produção nacional, sob pena de serem infrutíferos os apelos que temos vindo a fazer aos consumidores de forma moderada e termos de ceder aos muitos agricultores que estão revoltados, desiludidos e convencidos que apenas seremos respeitados quando tomarmos posições de força, semelhantes às registadas noutros países europeus.
Vairão, 7 de Setembro de 2009
A Direcção da AJADP